segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


O Corpo de Dor

Eckhart Tolle

No caso da maioria das pessoas, quase todos os pensamentos costumam ser involuntários, automáticos e repetitivos. Não são mais do que uma espécie de estática mental e não satisfazem nenhum propósito verdadeiro. Num sentido estrito, não pensamos- o pensamento acontece em nós.

“Eu penso” é uma afirmação simplesmente tão falsa quanto “eu faço a digestão” ou “eu faço meu sangue circular”. A digestão acontece, a circulação acontece, o pensamento acontece.

A voz na nossa cabeça tem vida própria. A maioria de nós está à mercê dela; as pessoas vivem possuídas pelo pensamento, pela mente. E, uma vez que a mente é condicionada pelo passado, então somos forçados a reinterpretá-lo sem parar. O termo oriental para isso é carma.
           
O ego não é apenas a mente não observada, a voz na cabeça que finge ser nós, mas também as emoções não observadas que constituem as reações do corpo ao que essa voz diz.

A voz na cabeça conta ao corpo uma história em que ele acredita e à qual reage. Essas reações são as emoções.

A voz do ego perturba continuamente o estado natural de bem-estar do ser. Quase todo corpo humano se encontra sob grande tensão e estresse, mas não porque esteja sendo ameaçado por algum fator externo- a ameaça vem da mente.

O que é uma emoção negativa? É aquela que é tóxica para o corpo e interfere no seu equilíbrio e funcionamento harmonioso.

Medo, ansiedade, raiva, ressentimento, tristeza, rancor ou desgosto intenso, ciúme, inveja- tudo isso perturba o fluxo da energia pelo corpo, afeta o coração, o sistema imunológico, a digestão, a produção de hormônios, e assim por diante. Até mesmo a medicina tradicional, que ainda sabe muito pouco sobre como o ego funciona, está começando a reconhecer a ligação entre os estados emocionais negativos e as doenças físicas. Uma emoção que prejudica nosso corpo também contamina as pessoas com quem temos contato e, indiretamente, por um processo de reação em cadeia, um incontável número de indivíduos com quem nunca nos encontramos. Existe um termo genérico para todas as emoções negativas: infelicidade.

Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, que chamamos de “corpo de dor”.

O “corpo de dor” não consegue digerir um pensamento feliz. Ele só tem capacidade para consumir os pensamentos negativos porque apenas esses são compatíveis com seu próprio campo de energia.

Não é que sejamos incapazes de deter o turbilhão de pensamentos negativos- o mais provável é que nos falte vontade de interromper seu curso. Isso acontece porque, nesse ponto, o “corpo de dor” está vivendo por nosso intermédio, fingindo ser nós. E, para ele, a dor é prazer. Ele devora ansiosamente todos os pensamentos negativos.


Nos relacionamentos íntimos, os “corpos de dor” costumam ser espertos o bastante para permanecer discretos até que as duas pessoas comecem a viver juntas e, de preferência, assinem um contrato comprometendo-se a ficar unidas pelo resto da vida.

Nós não nos casamos apenas com uma mulher ou com um homem, também nos casamos com o “corpo de dor” dessa pessoa.

Pode ser um verdadeiro choque quando- talvez não muito tempo depois de começarmos a viver sob o mesmo teto ou após a lua-de-mel – vemos que nosso parceiro ou nossa parceira está exibindo uma personalidade totalmente diferente. Sua voz se torna mais áspera ou aguda quando nos acusa, nos culpa ou grita conosco, em geral por uma questão de menor importância.

A essa altura, podemos nos perguntar se essa é a verdadeira face daquela pessoa – a que nunca tínhamos visto antes- e se cometemos um grande erro quando a escolhemos como companheira. Na realidade, essa não é sua face genuína, apenas o “corpo de dor” que assumiu temporariamente o controle.

Seria difícil encontrar um parceiro ou uma parceira que não carregasse um “corpo de dor”, no entanto seria sensato escolher alguém que não tivesse um “corpo de dor” tão denso. O começo da nossa libertação do “corpo de dor” está primeiramente na compreensão de que o temos.

É nossa presença consciente que rompe a identificação com o “corpo de dor”. Quando não nos identificamos mais com ele, o “corpo de dor” torna-se incapaz de controlar nossos pensamentos e, assim, não consegue se renovar, pois deixa de se alimentar deles. Na maioria dos casos, ele não se dissipa imediatamente.

No entanto, assim que desfazemos sua ligação com nosso pensamento, ele começa a perder energia.

A energia que estava presa no “corpo de dor” muda sua frequência vibracional e é convertida em “presença”.


Eckhart Tolle – Um Novo Mundo; Despertar de Uma Nova Consciência.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Um corpo vivo e emocionado
 
Ana Christina de Andrade
 
"Você é o seu corpo"
Para alguns esta afirmação pode parecer limitadora e apoiada na vaidade, num cultivo narcisista da aparência. No entanto o que é corpo? De que corpo se fala? Os instrutores do Coringa Rio Abierto, como tantos outros trabalhadores do ser que vêm surgindo no mundo, mais abertamente desde a década de 70 ( gestaltistas, seguidores da Bioenergética, da Biossintese, da Psicologia Formativa e muitos outros) acreditam que não "temos" um corpo e sim somos nosso corpo. Corpo e mente não são separados: pensar, sentir, agir, imaginar, tudo isso é corpo, é processo vital, fluir da energia.
O grupo Coringa começou como um grupo de dança / teatro, nos anos setenta, reunindo pessoas de diferentes formações, de 20 a 30 anos, alguns com experiência em teatro, outros em música ou artes plásticas; outros mais dançarinos, poetas, filósofos; um ou outro com a experiência de viver em comunidades espirituais, um outro, professor, outro engenheiro.
Em matéria de corpo muitos foram alunos de Angel Viana, outros de Gerry Maretsky.
Outros fizeram kempô com o Joo, ou foram discípulos de Rolf Gelewsky.
O que havia em comum nesse grupo?
O amor pelo humano, a vontade de expressão artística, o respeito profundo pelo corpo, o desejo de crescer e Ser. O grupo Coringa inicial se apresentava em espetáculos de dança-teatro . Adorado por uns, ganhador de prêmios em Dança Contemporânea que reconheciam principalmente seu espirito espontâneo, verdadeiro e audacioso; e detestado por outros, críticos mais tradicionais com menos compreensão da variedade da evolução humana, de qualquer forma o Grupo Coringa destacou-se nesse momento social do Rio de Janeiro. A diretora do grupo era Graciela Figueroa, bailarina, profunda, amorosa, carismática; integrante do grupo de Dança de Twyla Tharp, respeitadíssima nos Estados Unidos, em Nova York, Graciela optou por ficar na América do Sul e no Brasil, e dedicar seu talento exuberante à criação de um trabalho que privilegiasse o sentir humano.
Com o passar do tempo o grupo Coringa foi tendo necessidade de firmar-se cada vez mais dentro da área da Educação do Ser e de aprofundar sua nutrição psicológica e espiritual. O encontro com Maria Adela Palcos, psicóloga argentina e diretora do Instituto Rio Abierto, em Buenos Aires, foi decisivo para o grupo, que hoje em dia representa o Rio Abierto aqui no Rio de Janeiro. Maria Adela Palcos, hoje com 65 anos, é, como ela mesma se define, uma índia que precisou vestir a pele de psicanalista para poder atuar socialmente. Sensível à força da terra americana, ao esplendor da Cordilheira dos Andes, à graça e amorosidade das tribos indígenas americanas, Maria Adela criou toda uma técnica que alia a espontaneidade do movimento natural ao conhecimento refinado de psicologia e sociologia, tornando seu trabalho um dos mais importantes na área de Educação do Ser. Este trabalho chama-se Rio Abierto e fala da possibilidade de expansão e fluência de nosso ser humano. Hoje no Rio de Janeiro o grupo se chama CORINGA Rio Abierto e é dirigido por três dos integrantes do grupo inicial: Ana Christina de Andrade, Marília Felippe e Michel Robim. Graciela Figueroa mora hoje no Uruguay, onde fundou seu próprio Instituto ( Centro del Desarollo), e mantém permanente intercâmbio com o CORINGA Rio Abierto.
Quando pensamos em Rio Abierto, pensamos em fluir.
A fluência, como nos lembra Stanley Keleman, é uma função celular básica; se vemos o protoplasma num microscópio, vemos que ele flui, tem correntes, como um rio . No entanto são poucos os que têm consciência desse fluir e que sentem seu corpo como esse fluir, pois a maioria de nós está entupida, paralisada ou interrompida por bloqueios profundos, contrações físico-emocionais vividas talvez lá no começo de nossas vidas e que impedem o movimento.
O objetivo do trabalho do Rio Abierto é recuperar esse movimento, trazer de volta ao ser humano suas águas correntes, o riso, o choro, os líquidos do amor e do prazer, a confiança no fluir da vida e do tempo. Maria Adela Palcos, criadora do Rio Abierto, costuma chamar seu trabalho de "Yoga das Américas" no sentido de ser um processo que, como a Yoga oriental, vai aprofundando a consciência através da meditação no corpo e que acrescenta à concentração a vitalidade e a expressividade emocional, tão características dos povos ocidentais e americanos.
No CORINGA Rio Abierto, quando se fala de corpo é de um corpo vivo, emocionado, humanizado; o corpo que tem uma história, que tem marcas, que tem perguntas; o corpo original, pessoal, único, de cada um, que vive diferentemente suas várias idades; o corpo que pode criar novas formas para si, mover-se, pulsar, cantar, rir e chorar, sentir, pensar, ser solidário, compartilhar, amar.
O objetivo estético, da beleza do corpo, está incluído no trabalho também – a beleza é vista como graciosidade, vivacidade, força aliada à sensibilidade, prazer de viver a vida em todas as suas expressões. É uma beleza de estar em contato consigo mesmo e permeável aos outros e ao mundo, interligado ao universo. Viver assim melhora a saúde, faz a energia circular, os olhos brilharem, a emoção aflorar.
Pessoas de todas as idades podem participar, cada uma contribuindo com sua presença, sua forma particular, sua história, suas experiências.
Consideramos "Educação do Ser" um processo para a vida toda, um contínuo esculpir da nossa forma pessoal, interessado, curioso , sempre aberto a mudanças.
Arte e auto-cura se entrelaçam no processo de desenvolvimento, ampliando a consciência. A música, a dança e as artes plásticas sempre foram curativas, sempre utilizadas nas tribos como apoio dos ritos de passagem, (nascimento, morte, guerra, casamentos, colheitas, mudanças, celebrações). Recuperar esta conexão entre expressão artística-emocional e auto-conhecimento curativo é com certeza um dos mais férteis caminhos para a humanidade.
Praticamente, esse trabalho do CORINGA Rio Abierto utiliza várias ferramentas:
  1. O MOVIMENTO, que é chamado de Movimento Harmônico. É uma ginástica de corpo e alma, elástica e alegre, com ritmo e musicalidade. Ao contrário do que possa parecer, não se trabalha sempre com movimentos lentos e calmos. Harmônica é considerada aqui a possibilidade de variar, de percorrer várias cores, ritmos, músicas, expressões. Poder gritar, saltar, correr, esbravejar, rodopiar nos êxtases extremos e poder também viver o profundo momento concentrado e silencioso, navegar calmamente num movimento contínuo, abrindo o coração em gestos emocionados. Dentro desse trabalho há a orientação de dar a mão tanto a Apolo quanto a Dionisos – Apolo reunindo, concentrando, ordenando, diferenciando no "Conhece-te a ti mesmo" do oráculo de Delfos, e Dionisos soltando a expressão, o júbilo, a exuberância, abrindo as portas para "o útero materno do Ser". Os exercícios da aula de Movimento Harmônico melhoram a postura física e emocional, alongando e tonificando e flexibilizando o corpo.
  2. A MASSAGEM – A massagem no Sistema Rio Abierto segue a filosofia básica do trabalho: abrir o rio de nossa vivacidade, dar apoio ao corpo para que confie, respire e possa entregar-se ao contato e ao prazer;
    É uma massagem circulatória e energética que possibilita que a pessoa experimente o seu pulsar, o sentir seu próprio ritmo, o observar-se e usufruir da gratidão por estar vivo.
    A massagem pode ser apolínea, ou dionisíaca, ou ambas..., alivia as dores, aumenta a sensibilidade e auto-consciência, abre horizontes emocionais e espirituais, melhora as funções orgânicas.
  3. A MEDITAÇÃO - Faz parte do trabalho do Rio Abierto a meditação, feita em movimento ou na pausa, com música ou em silêncio. O poder parar e silenciar nos permite receber inspiração, orientação e apaziguamento. É só experimentar e verificar as grandes mudanças que começam a acontecer a partir de um pouquinho de prática diária.
  4. OS GRUPOS DE "TRABALHO SOBRE-SI" – São grupos de aprofundamento, com caráter terapêutico. Por terapêutico, mais uma vez, estamos entendendo educacional do Ser – não é "consertar o que está errado", é muito mais compreender, aceitar e reorganizar.
        Este trabalho de grupo é semanal, dura 4 meses, inclui atendimentos individuais e aulas de movimento, e no final se encerra com uma pequena viagem para fora do Rio onde o grupo organiza uma apresentação baseada em suas experiências. A cada semestre é escolhido um novo tema, como por exemplo : "A expressão no corpo" ; "A luz da nossa sombra" ; "Dinâmicas da sexualidade".
        Os Instrutores do Coringa Rio Abierto têm a experiência de coordenar grupos há mais de 15 anos. Sempre é uma aventura profunda e feliz que nos emociona e também diverte. O poder rir de nós mesmos, de nossas imperfeições e repetições nos ajuda a aumentar a aceitação de nossas dificuldades, podendo começar a mudar, de fato, e começando por pequenas coisas.
        Nos grupos de Trabalho Sobre-Si cuidamos da importância de acolher a fala de cada um, desenvolvendo o poder expressar e o saber ouvir, e cultivamos o propósito de sempre levar para o corpo os temas trazidos por cada um , usando técnicas de dramatização, movimento e dinâmicas de grupo. Este "trazer para o corpo" é algo simples, que todos podemos fazer, e que muitas vezes nos revela aspectos surpreendentes de nós mesmos. Não é mímica, teatro nem dança exatamente, e é um pouco de tudo isso, é um trabalho que, como em todas essas expressões, necessita concentração, sensibilidade, e o cuidado de um artista com a sua obra.
* ANA CHRISTINA DE ANDRADE – Diretora e Instrutora Docente do CORINGA Rio Abierto , formada em Psicoterapia Corporal com orientação em Bioenergética; participa do grupo profissionalizante em Psicologia Formativa (método Stanley Keleman) com Leila Cohn; Terapeuta Psicocorporal formada pela Fundação Rio Abierto.
O Coringa Rio Abierto, no Rio de Janeiro é dirigido por Ana Christina de Andrade, Michel Robim e Marília Felippe.
MICHEL ROBIM – engenheiro químico, formado pela Fundação Rio Abierto como instrutor docente e terapeuta psicocorporal, membro da Fundação Internacional Rio Abierto e dançarino
MARÍLIA FELIPPE – Formada em Educação Física, na UFMG, pela Fundação Rio Abierto como instrutora e terapeuta psicocorporal e em dança com Graciela Figueroa.
Rio Abierto no Mundo:
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sábado, 10 de novembro de 2012

Ecofeminismo


Gênero e meio ambiente: 

a atualidade do ecofeminismo


A preocupação com o meio ambiente tem aumentado no decorrer dos anos. Já não é mais possível esconder a relação existente entre as catástrofes naturais e a destruição e poluição do meio ambiente. A crise ambiental está gerando problemas de caráter alarmante, os quais, além de comprometer a qualidade de vida, em muitos casos danificam o meio ambiente de forma irreversível, colocando em risco a vida do planeta para as gerações atuais e futuras.
Os problemas ambientais não devem ser entendidos isoladamente, visto que são sistêmicos, interligados e interdependentes. O capitalismo, centrado na exploração de recursos naturais e seres humanos tem contribuído decisivamente para o aprofundamento da destruição ambiental. Como já afirmava Engels: “não devemos vangloriar-nos demais com as vitórias humanas sobre a natureza, pois para cada uma destas vitórias, a natureza vinga-se às nossas custas” (ENGELS, 1972: 452).
No decorrer da história da humanidade, as mulheres têm desenvolvido uma relação diferenciada com a natureza em comparação aos homens. Neste texto, analisamos a pré-disposição das mulheres em proteger o meio ambiente e qual a relação existente entre a exploração e dominação da natureza e a dominação e subordinação das mulheres nas relações de gênero. Nesta análise, o movimento ecofeminista apresenta elementos importantes para a compreensão desta relação, contribuindo para a superação de visões simplificadoras acerca do tema.
1. A relação das mulheres com a natureza
Uma das primeiras representações divinas criadas pelos seres humanos foi a figura da “Deusa”, que representava a “mãe terra”. Conforme a mitologia grega, a Grande Mãe criou o universo sozinha, sendo Gaia a criadora primária, a “Mãe Terra”. Também as religiões pagãs antigas, como dos Vikings e Celtas, mantinham uma relação próxima com a natureza e cultuavam deusas, concedendo um destaque especial para as mulheres, pois estas tinham uma proximidade muito grande com a “Mãe Terra”, possuindo ambas o poder da fertilidade. Na mitologia celta, as mulheres eram invulneráveis, inteligentes, poderosas, guerreiras e líderes de nações. As mulheres também foram os primeiros seres humanos a descobrir os ciclos da natureza, pois era possível compará-los com o ciclo do próprio corpo. Com o cristianismo, a sociedade ocidental afastou-se destas origens pagãs de contato com a natureza e a mulher perdeu seu destaque, já que o Deus cultuado passou a ser masculino. A única figura feminina sagrada preservada foi a de Maria, mas não como uma divindade, e sim como uma intermediária de Deus, uma coadjuvante.
Diante da crise ambiental mundial e da consciência de que a Terra precisa ser preservada para garantir a sobrevivência das espécies, inclusive a humana, houve um despertar de valores ecológicos, ou seja, valores ligados à “Deusa” cultuada pelos povos pagãos, como o respeito a todas as formas de vida no planeta, a convivência na diversidade, etc.
2. O “cuidado” como tarefa feminina
A opressão e submissão das mulheres surgiram muito antes do capitalismo. Seu surgimento pode ser verificado historicamente desde que os povos deixaram de ser nômades e utilizaram a divisão social do trabalho como forma de organização. Assim, as mulheres permaneceram mais ligadas ao lar e aos filhos, enquanto os homens se ocupavam prioritariamente com as caçadas, por serem, na maioria das vezes, dotados de maior força física. Assim, as mulheres descobriram a agricultura e passaram a ter uma relação mais próxima com a natureza. Com a descoberta do papel masculino na reprodução, entretanto, era necessário saber quais os filhos que pertenciam a determinado homem para garantir a sucessão da herança. Inicia-se, desta forma, o controle sobre o corpo da mulher e o fato de mantê-la no âmbito do lar e cuidando da prole de um relacionamento monogâmico, facilitava tal intuito.
Através do desenvolvimento do capitalismo, as diferenças de gênero foram intensificadas. As mulheres foram, estrategicamente, encarregadas do trabalho doméstico, cuidando da casa, das crianças, dos velhos e doentes, além de “servirem” o marido, sendo caracterizadas como “rainhas do lar”. O trabalho doméstico foi considerado gratuito e denominado como trabalho não produtivo. Ao capitalismo a submissão social da mulher serviu inicialmente para diminuir os custos de reprodução do trabalho, uma vez que o salário do homem não precisava ser tão alto, pois ele não necessitava pagar pelos serviços domésticos (MIES, 1989: 47).
Simone de Beauvoir (BEAUVOIR, 1968) denuncia em seu livro O Segundo Sexo a exclusão das mulheres do espaço público em função da naturalização do papel feminino na reprodução. Desta forma, a mulher passa a ter uma vida cíclica, quase inconsciente, enquanto aos homens são reservados todos os benefícios da “civilização”[1]. Esta “naturalização” da tarefa feminina na reprodução e na vida doméstica, bem como a responsabilidade pela alimentação e saúde da família, acabou aproximando a mulher da natureza. Em muitas culturas as mulheres são as responsáveis pela manutenção da biodiversidade. Elas produzem, reproduzem, consomem e conservam a biodiversidade na agricultura (MIES/SHIVA, 1995: 234). Portanto, a tendência é que, para as mulheres, o equilíbrio do meio ambiente venha a se apresentar como um fator fundamental para a qualidade de vida da família, concebendo, assim, a natureza como fonte de vida que precisa ser preservada[2].  Enquanto isto, na visão capitalista patriarcal, a natureza não passa de um mero objeto de exploração, dominação e poder.
Os filósofos adeptos à ecologia profunda[3] afirmam que, se os homens estivessem mais próximos às tarefas domésticas e de reprodução, haveria um ganho na qualidade de vida e, conseqüentemente, na proteção ambiental, uma vez que eles teriam uma percepção real da unidade e interdependência dos seres humanos com o meio ambiente. As mulheres já fazem isto, porque a elas foi deixada a tarefa do cuidado e da manutenção da vida (CAPRA, 1996).
3. Ecofeminismo
O ecofeminismo originou-se de diversos movimentos sociais – de mulheres, pacifista e ambiental – no final da década de 1970, os quais, em princípio, atuaram unidos contra a construção de usinas nucleares. O movimento ecofeminista traz à tona a relação estreita existente entre a exploração e a submissão da natureza, das mulheres e dos povos estrangeiros pelo poder patriarcal (MIES/SHIVA, 1995: 23). Assim, a dominação das mulheres está baseada nos mesmos fundamentos e impulsos que levaram à exploração da natureza e de povos. Tanto o meio ambiente como as mulheres são vistos pelo capitalismo patriarcal como “coisa útil”, que devem ser submetidos às supostas necessidades humanas, seja como objeto de consumo, como meio de produção ou exploração. Além disso, o capitalismo patriarcal apresenta uma intolerância diante de outras espécies, seres humanos ou culturas que julga subalternas ao seu poder, buscando, assim, dominá-las. Neste contexto estão inseridos tanto o meio ambiente quanto as mulheres.
O ecofeminismo pode ser dividido em três tendências:
a)      Ecofeminismo clássico. Nesta tendência o feminismo denuncia a naturalização da mulher como um dos mecanismos de legitimação do patriarcado. Segundo o ecofeminismo clássico, a obsessão dos homens pelo poder tem levado o mundo a guerras suicidas, ao envenenamento e à destruição do planeta. Neste contexto, a ética feminina de proteção dos seres vivos se opõe à essência agressiva masculina, e é fundamentada através das características femininas igualitárias e por atitudes maternais que acabam pré-dispondo as mulheres ao pacifismo e à conservação da natureza, enquanto os homens seriam naturalmente predispostos à competição e à destruição;
b)      Ecofeminismo espiritualista do Terceiro Mundo. Teve origem nos países do sul, tendo a influência dos princípios religiosos de Ghandi, na Ásia, e da Teologia da Libertação, na América Latina. Esta tendência afirma que o desenvolvimento da sociedade gera um processo de violência contra a mulher e o meio ambiente, tendo suas raízes nas concepções patriarcais de dominação e centralização do poder. Caracteriza-se também pela postura crítica contra a dominação, pela luta antisexista, antiracista, antielitista e anti-antropocêntrica. Além disso, atribui ao princípio da cosmologia a tendência protetora das mulheres para com a natureza;
c)      Ecofeminismo construtivista. Esta tendência não se identifica nem com o essencialismo, nem com as fontes religiosas espirituais das correntes anteriores, embora compartilhe idéias como antiracismo, anti-antropocentrismo e anti-imperialismo. Ela defende que a relação profunda da maioria das mulheres com a natureza não está associada a características próprias do sexo feminino, mas é originária de suas responsabilidades de gênero na economia familiar, criadas através da divisão social do trabalho, da distribuição do poder e da propriedade. Para tanto, defendem que é necessário assumir novas práticas de relação de gênero e com a natureza.
PULEO alerta para a debilidade teórica existente nas duas primeiras tendências, como também para um possível risco de se afirmar a utilização de estereótipos femininos na sociedade. O ecofeminismo construtivista, por sua vez, desconsidera a importância da mística, o que acaba dificultando a mobilização das mulheres em torno do tema, elemento este que para o ecofeminismo espiritualista tem representado uma força prática efetivamente mobilizadora.
As mulheres pobres do Terceiro Mundo, que vivem em uma economia de subsistência, são as maiores vítimas da crise ambiental em seus países, pois são as primeiras a sentirem o reflexo da diminuição da qualidade de vida causadas pela poluição ou escassez dos recursos naturais, os quais são explorados indiscriminadamente para satisfazer as “necessidades” do Primeiro Mundo. A lógica do capitalismo tem se demonstrado incompatível com as exigências ecológicas para a sustentabilidade da vida no planeta. Portanto, ao contrário do que muitos ecologistas pensam, não é possível ecologizar o capitalismo, assim como também não é possível acabar com a dominação e exploração do gênero feminino sem superar as estruturas capitalistas patriarcais que a mantém. Deste modo, tanto a solução da crise ambiental quanto a da opressão das mulheres não devem ser tratados como problemas isolados. A salvação da vida no planeta, assim como a emancipação não só das mulheres como de todos os seres humanos, dependem de uma mudança estrutural e organizacional da sociedade. E para isto, é imprescindível a ação conjunta dos movimentos sociais contra seu opressor comum: o capitalismo patriarcal.

Referências bibliográficas:
BEAUVOIR, Simone de. Das andere Geschlecht: Sitte und Sexus der Frau. Hamburg: Rowohlt, 1968.
CAPRA, Fritijof. A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 1996.
ENGELS, Friedrich. Dialetik der Natur. MEW 20. Berlin: Dietz Verlag, 1972.
MIES, Maria. Patriarchat und Kapital. Frauen in der internationalen Arbeitsteilung. Zürich: Rotpunktverlag, 1996.
MIES, Maria/SHIVA, Vandana. Ökofeminismus: Beiträge zur Praxis und Theorie. Zürich: Rotpunkt-Verlage, 1995.
PULEO, Alicia H. Feminismo y ecología. Disponível no site: http://www.nodo50.org/mujeresred/ecologia-a_puleo-feminismo_y_ecologia.html 
PUSCH, Luise F. Feminismus – Inspektion der Herrenkultur. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1983.

URBANISMO SUSTENTÁVEL

May East e a Gaia Education

May East, diretora do Gaia Education, programa vinculado à ONU que dissemina o conceito de urbanismo sustentável. Mora na ecovila Findhorn, Escócia, e viaja o mundo para impulsionar o movimento das cidades em transição (Transition Towns). Desde que foi criado há pouco mais de três anos, gerou mais 8 mil iniciativas de transição e 180 cidades oficialmente reconhecidas espalhadas pelo mundo


Edição Marcia Bindo *
Vida Simples - 07/2010 
O que são as cidades em transição? 
São cidades preparadas para serem sustentáveis, mais fortes para resistir às crises econômicas e ambientais. É muito diferente do movimento ambientalista dos últimos 20 anos. Em vez de trabalhar com dados alarmantes, é positivo, busca ações concretas criativas para o desafio duplo que espreita a humanidade: o pico do petróleo e a mudança climática. 

Como funciona na prática? 
Em encontros comunitários, busca-se entender a dinâmica da cidade ou do bairro no consumo diário de energia e recursos. Um exemplo é a alimentação, priorizando-se a produção local e a compra em estabelecimentos regionais, o que ainda fortalece a economia local. Priorizam-se transportes coletivos e ciclovias em lugar de carros com apenas uma pessoa. 

Como as pessoas podem se engajar? Basta um pequeno grupo para começar a mobilizar tantas outras para projetar como é a cidade em que eles querem morar daqui a alguns anos. Acesse  para ver a metodologia e checar os próximos treinamentos. Já há grupos em bairros de São Paulo e Rio de Janeiro e a primeira cidade em transição oficial no Brasil fica no Espírito Santo. 

* Colaboração: Leandro Sarmatz, Liane Alves, Luciana Loew, Rafael Tonon e Taruna Moa 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Função Transcendente - Jung

Jung define o processo da “função transcendente” no seu trabalho “Tipos Psicológicos”, nos §244, §549 e §550:

“A função psicológica e transcendente resulta da união dos conteúdos conscientes e inconscientes. A experiência no campo da Psicologia Analítica nos tem mostrado abundantemente que o consciente e o inconsciente raramente estão de acordo no que se refere a seus conteúdos e tendências. Esta falta de paralelismo, como nos ensina a experiência, não é meramente acidental ou sem propósito, mas se deve ao fato de que o inconsciente se comporta de maneira compensatória ou complementar em relação à consciência. Podemos inverter a formulação e dizer que a consciência se comporta de maneira compensatória com relação ao inconsciente. (…) A atividade do inconsciente faz emergir um conteúdo em que se patenteia, em idêntica medida, o influxo da tese e da antítese, e que, em relação a ambas, conduz-se com efeitos compensatórios. Desde o começo em que esse conteúdo mostra suas relações tanto com a tese como com a antítese, constitui uma base intermediária em que os contrastes se podem conjugar. (…) Em seu conjunto, dou ao processo que acabo de descrever o nome de Função Transcendente. Mas, neste caso, não entendo como função, uma função fundamental, mas o fato de que, em virtude dessa função, opera-se o trânsito entre uma e outra disposição. A matéria-prima trabalha pela tese e antítese que em seu processo de conformação realiza a conjugação dos contrários é o símbolo vivo”.

domingo, 15 de janeiro de 2012

A Mente Oculta das Plantas


A mente oculta das plantas
A ciência descobre o surpreendente domínio
da consciência vegetal
Por José Tadeu Arantes
jtadeu@edglobo.com.br


Foto Kirlian de uma folha. Após décadas de pesquisas, os cientistas ainda não chegaram a uma explicação convincente para o halo luminoso que aparece em volta dos objetos
As plantas são capazes de perceber agressões à vida praticadas do outro lado da parede. E parecem ter consciência até mesmo de intenções ocultas na mente humana. Essa fantástica revelação — que foi tema do livro A Vida Secreta das Plantas, de Peter Tompkins e Christopher Bird, e inspirou o álbum de mesmo nome do compositor e cantor Steve Wonder — vem sendo confirmada por pesquisas científicas realizadas no Brasil. Ela faz parte de um conjunto de descobertas que deverá revolucionar a visão de mundo do próximo século e apontam para um relacionamento mais harmonioso entre o homem e a natureza.

Os xamãs — homens de conhecimento das comunidades pré-históricas — já sabiam que, por trás de seu aparente torpor, as plantas possuem uma vida secreta, cheia de percepções e atividades. Esse mundo oculto foi contactado, desde então, por visionários de diferentes épocas e lugares, como o místico alemão Jacob Boehme (1575-1624), que dizia ser capaz de penetrar a consciência das plantas.

A ciência materialista, porém, preferiu descartar esse tema, que desafiava sua limitada descrição da realidade. Ele co ntinuaria provavelmente ignorado se, em 1966, uma descoberta casual não tivesse rompido essa conspiração de silêncio. Naquele ano, Cleve Backster, então o maior especialista americano em detecção de mentiras, teve a estranha idéia de fixar os eletrodos de um de seus detectores numa folha de dracena, espécie tropical utilizada como planta ornamental.

Ele foi movido pela simples curiosidade, mas o que encontrou abalaria os fundamentos da visão de mundo dominante. Backster suspeitava que a planta reagisse a agressões reais à sua integridade física. Mas não podia imaginar que a simples idéia dessas agressões provocasse saltos violentos nos gráficos traçados pelo aparelho. Pois foi exatamente o que aconteceu quando ele pensou em queimar uma das folhas da dracena.

E voltou a acontecer quando se aproximou dela com uma caixa de fósforos, disposto a levar sua intenção à prática. A planta parecia ler o seu pensamento e sabia distinguir as ameaças reais da mera simulação.

Sem querer, Backster abrira a porta que dava entrada a uma realidade totalmente inesperada — e desconcertante.

A grande novidade do experimento foi ter propiciado um acesso direto às percepções das plantas sem a intermediação de sensitivos humanos: não era preciso ser paranormal para contactar o mundo da consciência vegetal. Esse ponto de vista foi reforçado, em julho último, por uma pesquisa feita na Universidade de Gant, na Bélgica.

Valendo-se de imagens em infravermelho, o pesquisador Dominique van der Straeten e sua equipe descobriram que as folhas de tabaco têm a capacidade de reagir com uma espécie de febre quando infectadas por certos tipos de vírus. Como relatado no jornal Nature Biotechnology, as folhas sofreram um aumento de temperatura de até 0,4 grau Celsius, oito horas antes dos efeitos dos vírus se manifestarem, num processo "fisiológico" semelhante ao do corpo humano.

Percepção básica
Atento a tais descobertas, um brasileiro resolveu fazer uma investigação parecida. Trata-se do engenheiro Arlindo Tondin, mestre em eletrônica pela Universidade de Nova York e um dos fundadores da Faculdade de Engenharia Industrial, de São Bernardo do Campo, SP.


O engenheiro Arlindo Tondin fixa eletrodos numa planta. A foto foi realizada no Laboratório de Metrologia Elétrica da FEI, em São Bernardo do Campo, SP. O local é blindado eletricamente para eliminar a influência dos ruídos externos
Tondin fixou eletrodos próximo à raiz e num dos galhos de um limoeiro. "Verifiquei que havia, entre os dois pontos, uma diferença de potencial elétrico da ordem de microvolts", informa. "Eu já desconfiava que a ascensão da seiva estivesse associada a um fenômeno elétrico e, para confirmar isso, liguei aos eletrodos uma pilha de 1,5 volt, de modo a intensificar a corrente na região. Resultado: os frutos do galho onde estava o eletrodo ficaram maiores e amadureceram mais rápido que os demais."

Estava provada a tese da seiva. O próximo passo era averiguar como as agressões externas afetavam a corrente elétrica que circula na planta. Para isso, o engenheiro utilizou um osciloscópio de raios catódicos de alta sensibilidade. "Conectei o osciloscópio aos eletrodos e, com uma vela, comecei a queimar algumas folhas. A resposta foi quase imediata: a imagem da tela do osciloscópio, que estava estacionária, passou a apresentar intensas variações." Tondin espantou-se com a reação provocada por seu ato. "Comecei a questionar até que ponto eu tinha o direito de agredir o vegetal e a natureza. E resolvi interromper a pesquisa."

O engenheiro convenceu-se da seriedade dos experimentos descritos em A Vida Secreta das Plantas. Num deles, também realizado por Backster, três plantas reagem à matança de camarões, cometida numa outra sala. Essa investigação foi conduzida com os cuida dos que caracterizam as melhores pesquisas científicas:


foram escolhidos, como vítimas, animais de grande vitalidade, pois já tinha sido notado que seres doentes ou a caminho da morte não eram capazes de estimular as plantas a distância;
para evitar que a subjetividade dos pesquisadores influísse nos resultados, os camarões eram despejados numa vasilha de água fervente por um mecanismo automático, longe das vistas de qualquer ser humano;
eliminaram-se as possibilidades de que o próprio funcionamento do mecanismo ou eventuais perturbações eletromagnéticas afetassem a forma dos gráficos;
as plantas, monitoradas por detectores, foram colocadas em três salas diferentes, submetidas às mesmas condições de temperatura e iluminação.
A análise dos gráficos mostrou que as plantas reagiam intensa e sincronizadamente à morte dos camarões — numa proporção que excluía qualquer hipótese de uma flutuação puramente casual das variáveis elétricas. Backster sentiu-se respaldado para formular a tese de que os vegetais, como todo organismo vivo, dispõem de uma percepção primária que lhes permite detectar, a distância, qualquer agressão à vida.

O
rganismos complexos

Apesar de sua aparência simples, as plantas são organismos altamente complexos. Uma planta pequena, como o pé de centeio, possui nada menos que 13 milhões de radículas em sua raiz. Estas são formadas, por sua vez, de 14 bilhões de filamentos, que, se fossem enfileirados um após o outro, cobririam uma extensão de 11 mil quilômetros, quase a distância de um pólo a outro.

Toda planta é dotada de uma malha elétrica em equilíbrio. Nas árvores, a corrente elétrica sobe pelo anel externo e desce pelo anel central. Como demonstrou a pesquisa do brasileiro Arlindo Tondin, essa corrente está associada ao fluxo da seiva.


Os corpos sutis

Jaqueira tratada com acupuntura: frutificação exuberante
Se, no homem, essa percepção básica nem sempre parece ocorrer, isso se deve ao filtro dos cinco sentidos, à força do pensamento racional, que obscurece as demais funções psíquicas, e a todo um condicionamento cultural, que determina o que deve ou não deve ser percebido. Como provaram outros experimentos, essa percepção a distância não é bloqueada por dispositivos de blindagem elétrica, como a gaiola de Faraday, nem por paredes de chumbo.

E Backster chegou a cogitar que ela não se limitaria aos organismos complexos, mas poderia descer aos níveis celular, molecular, atômico e até mesmo subatômico, perpassando toda a existência. Essa opinião ousada apresenta fortes afinidades com a hipótese da ressonância mórfica, do biólogo inglês Rupert Sheldrake, e com as revolucionárias descobertas sobre a consciência do psiquiatra checo Stanislav Grof (leia as reportagens "Ressonância mórfica: a teoria do centésimo macaco" e "Consciência sem limites", em Galileu, números 91 e 94, respectivamente).

Em outras palavras, cada planta — para não dizer cada ente material — estaria associada a um invisível e impalpável campo de consciência. Tal idéia, que vem ganhando adeptos entre os cientistas de vanguarda, converge com a visão de todas as grandes tradições espirituais da humanidade. Estas são unânimes em considerar a consciência como um dado primário da existência e afirmam que, além de seus corpos físicos, os entes materiais são constituídos por uma série de "corpos sutis", encaixados uns dentro dos outros como bonecas russas.

As percepções descobertas por Backster e seus sucessores configurariam um esboço ou embrião daquilo que algumas tradições chamam de "corpo mental". Entre esse nível mais alto e o físico, as plantas, como todos os seres vivos, possuiriam um corpo intermediário, constituído pela rede de canais por onde flui a chamada "energia vital" (que corresponde ao prana dos indianos e ao qi dos chineses). Esse "corpo vital" é o objeto de práticas médicas como a acupuntura, que se destinam a desobstruir os canais e regularizar o fluxo da energia.

Vantagem econômica
A acupuntura em plantas vem sendo praticada com sucesso pelo médico Evaldo Martins Leite, presidente da Associação Brasileira de Acupuntura. Ele orientou, há cinco anos, uma pesquisa científica rigorosa, realizada pelo biólogo Alexandre Eustáquio de Sena, na Pontifícia Universidade Católica de Belo Horizonte, MG. Sena dividiu uma plantação de feijão em duas partes iguais, tratando uma com acupuntura e mantendo a outra como grupo de controle. As plantas submetidas à acupuntura desenvolveram maior número de vagens, maior quantidade de grãos em cada vagem e maior peso por grão.

"Como ocorre nos homens e animais, os problemas de saúde que afetam os vegetais decorrem de um perturbação na circulação e distribuição do qi, a energia vital", explica Evaldo Martins Leite. "Isso resulta de um desequilíbrio dos princípios yang e yin (masculino e feminino)." O acupunturista ensina que as áreas de ramificação das plantas — isto é, onde os galhos saem dos troncos ou os ramos saem dos galhos — são regiões de concentração de qi.

Os ângulos externos formados nesses lugares são yang e os internos, yin. "A energia yang é responsável pelo crescimento da planta. A yin, pela produção de flores, frutos e sementes. A introdução de pregos, agulhas ou a simples raspagem das áreas correspondentes estimula um ou outro princípio e promove a função regida por ele", informa o acupunturista. Não é possível ativar as duas funções ao mesmo tempo.

A energia é uma só: se ela for desviada para o crescimento, a produção de frutos cairá, e vice-versa. Mas as vantagens — inclusive econômicas — oferecidas pela acupuntura em vegetais são importantes demais para serem tratadas como simples curiosidade.

Na Bahia, está em curso uma pesquisa visando aumentar a produção de látex nas seringueiras e o enraizamento dos toletes de cana-de-açúcar destinados ao plantio. Reconhecendo as dimensões sutis do mundo vegetal, o homem poderá estabelecer com ele um novo tipo de relacionamento, vantajoso para ambos.

Anote
Para ler:
A Vida Secreta das Plantas, de Peter Tompkins e Christopher Bird, Ed. Expressão e Cultura-Exped, Rio de Janeiro (0XX21) 532-5930

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O novo salto da consciência - Ricardo Kelmer


O novo salto quântico da consciência
Ricardo Kelmer

É provável que as plantas psicoativas possam ter contribuído
significativamente para o surgimento da autoconsciência.

A cada dia mais e mais pesquisadores ligados ao estudo da consciência,
antropologia, psicologia e botânica se debruçam sobre uma possibilidade no
mínimo intrigante e polêmica. É provável que as plantas psicoativas (que
induzem a mente a funcionar em estados especiais) possam ter contribuído
significativamente para o surgimento da autoconsciência, fator decisivo que
proporcionou aos nossos ancestrais, num determinado ponto da evolução, as
condições para sobreviver e gerar a incrível espécie a qual pertencemos: o
Homo sapiens.

Admitir tal hipótese é mexer num vespeiro. Muita gente se indagará: "Quer
dizer que nós humanos só existimos porque um bando de macacos comeram umas
plantinhas e ficaram doidões?" Imagino os mais religiosos: "Era só o que
faltava! Deixa só Deus escutar isso!" Pois infelizmente para muita gente, e
até para alguns deuses, essa hipótese vem sendo estudada com seriedade e
encontra ressonância positiva no meio científico.

Quem já passou por uma experiência com as tais "plantas sagradas", como a
Ayahuasca, o Peiote e a Jurema, sabe perfeitamente do imenso poder que elas
guardam. E sabe também que elas não se prestam a um consumo recreativo,
exatamente porque costumam tocar muito fundo em nosso interior, abalando
nossa compreensão da realidade e de nós mesmos e nos fazendo emergir da
experiência profundamente transformados. Xamãs e pajés do mundo inteiro as
utilizam há milhares de anos em contextos religiosos e terapêuticos.
Atualmente médicos e pesquisadores de vários países estão unindo medicina
acadêmica com antiquíssimas práticas xamânicas que envolvem o uso de plantas
psicoativas e, com essa curiosa união, vêm obtendo resultados animadores na
cura de muitas doenças como a dependência química.

Atualmente no Brasil proliferam-se seitas e dissidências de seitas que em
seus rituais utilizam chás à base dessas plantas, chamando a atenção de
estudiosos para o emergente fenômeno. Toma-se o chá para entrar num estado
de consciência não ordinário, onde é possível viver experiências sensoriais
e cognitivas as mais diversas. Há quem encontre pessoas vivas ou mortas,
santos, entidades animais ou espíritos de plantas. Há os que experimentam
capacidades psíquicas incomuns ou vivenciam uma intensa sensação de união
com a Natureza e tudo que existe. Há quem passe por profundas experiências
de auto-investigaçã o psicológica como também de autocura ou seja tocado por
revelações importantes que podem mudar toda uma vida. Pode não acontecer
nada mas também pode ser prazeroso ou doloroso. Pode ser infernal ou divino
mas será sempre construtivo. Depende de cada um e de seu momento. Os
religiosos radicais, sempre obcecados, diriam que é coisa do demônio. Alguns
psicólogos talvez usassem o termo "terapia de choque". Talvez nada mais seja
que um providencial reencontro consigo mesmo e com sua verdade mais íntima.

Por que a crescente procura atual pelas plantas de poder dos xamãs? Por qual
razão tantas pessoas ousam se submeter a uma experiência incerta, largando a
segurança de sua mente cotidiana e desafiando o desconhecido de si mesmo?
Minha impressão é que isso tudo talvez signifique, em última instância, uma
forma de religação à Natureza. Religação sim, porque, na verdade, nós também
fazemos parte da Natureza. O que houve é que, infelizmente, passamos a nos
ver separados dela e com isso nos distanciamos demais da sabedoria natural
do planeta e agora, perdidos num mundo cada vez mais caótico e insano,
buscamos com avidez crenças e experiências que nos reconectem ao sentido
maior da vida e às nossas verdades mais profundas. Entendo isso como um
anseio natural e legítimo de uma espécie adoecida: o anseio de cura,
liberdade, totalidade e harmonia com a Mãe Terra.

o que liberta também escraviza

Por minha própria experiência, sei que plantas psicoativas podem ser
bastante úteis porque nos fazem olhar para dentro, nos reconectam às leis
naturais e ao sagrado de nossas vidas, nos lembram de nosso potencial para a
autocura e ajudam a nos libertarmos de medos, culpas e bloqueios. Não há
como não se transformar após um profundo encontro consigo mesmo. É por isso
que quem passa por tais experiências xamânicas engrossa a legião dos que
entendem o mais importante: somente a profunda mudança interior de cada um é
que fará finalmente com que o mundo mude para melhor.

Este talvez seja o convite que as plantas sagradas fazem neste momento à
nossa espécie: quanto mais pessoas se religarem à sua verdade mais íntima,
mais próxima a humanidade estará de seu ponto de equilíbrio. Por outro lado,
sei também que a espécie humana está doente e que, na busca angustiada pela
cura, é capaz de exagerar no remédio. Por isso, nessa urgente busca por
valores espirituais, é preciso, acima de tudo, priorizar a liberdade e
atentar para o risco sempre presente de cairmos escravos exatamente daquilo
que um dia elegemos como libertador. As plantas sagradas não ficam de fora
desse perigo. Tenho amigos que fazem parte de seitas que utilizam tais
plantas e certamente discordarão. Respeito o que eles pensam e admiro sua
busca pessoal. Porém, como tudo o mais que existe, as plantas sagradas
também possuem dois lados. Se um lado liberta, o outro está lá prontinho
para escravizar caso você não se mantenha atento, equilibrado e sem apegos
excessivos.

Religiões, seitas e gurus funcionam muito bem para os que necessitam de
regras ou se sentem mais seguros pertencendo a um certo grupo. Eles estão em
seu caminho e isso deve ser respeitado. Mas há pessoas que conseguem beber
em todos os ensinamentos e usufruir do melhor que eles lhes oferecem sem ter
de se enquadrar em nenhum específico. É um caminho mais solitário, evidente,
e exige um contínuo "estar aberto" - mas que exatamente por isso recompensa
quem o trilha com a liberdade que nenhum outro caminho pode oferecer. As
regras da seita ou as palavras do guru podem até iluminar durante um tempo,
sim, mas até mesmo essa luz pode cegar para os horizontes seguintes da
jornada. O principal ensinamento das plantas de poder (assim como deveria
ser o de todo guru) é este: devemos abandonar todas as muletas e aprender a
caminhar por nós mesmos.

O atual processo coletivo de reconectar-se aos valores da Natureza através
das plantas psicoativas não significa uma espécie de retrocesso evolutivo e
que devemos voltar a saltar pelas árvores. Nada disso. Uma vez
ultrapassados, os marcos da evolução da consciência sempre nos impulsionam
para o novo, jamais para trás. Acontece que a verdadeira evolução avança em
forma de espiral e é por isso que quando o caminho parece retornar a um
determinado ponto, na verdade ele está sim passando novamente por lá - porém
num novo nível, mais acima, numa nova dimensão.

Talvez essas poderosas plantas, que acompanham nossa espécie desde seu
nascimento numa impressionante relação simbiótica, estejam agora nos
oferecendo a preciosa oportunidade de mais um salto quântico da consciência,
uma intensa transformação da mente e de sua interpretação da realidade -
como fizeram nossos peludos antepassados em algum ponto de sua jornada.
Agora, porém, diferente deles, possuímos razão e discernimento. Possuímos
milênios e milênios de experiência sedimentados no inconsciente comum da
espécie e temos nossos próprios erros para nos guiar.

Retornaremos à Mãe Terra e ao sagrado, sim, porque não há outro caminho se
quisermos de fato sobreviver como espécie. Mas o faremos num novo nível
porque agora estamos mais capacitados para enfrentar o grande mistério da
vida, esse mistério que nos maravilha e assombra cada vez que olhamos para o
sem-fim do mundo lá fora ou para o infinito interior de nós mesmos.

Ricardo Kelmer é escritor, letrista e roteirista e mora em São Paulo, Terra,
3a. pedra do Sol

Entrevista a la abuela Margarida


Entrevista a la abuela Margarita
Entrevista: JOSÉ MARÍA ALGUERSUARI LA VANGUARDIA,
el diario más vendido en Catalunya Control OJD
Copyright La Vanguardia Ediciones S.L.


"Cuando necesito algo, me lo pido a mí misma"


Se crió con su bisabuela, que era curandera y milagrera. Practica y conoce los círculos de danza del sol, de la tierra, de la luna, y la búsqueda de visión. Pertenece al consejo de ancianos indígenas y se dedica a sembrar salud y conocimiento a cambio de la alegría que le produce hacerlo, porque para sustentarse sigue cultivando la tierra. Cuando viaja en avión y las azafatas le dan un nuevo vaso de plástico, ella se aferra al primero: "No joven, que esto va a parar a la madre tierra".

Rezuma sabiduría y poder, es algo que se percibe con nitidez. Sus rituales, como gritarle a la tierra el nombre del recién nacido para que reconozca y proteja su fruto, son explosiones de energía que hace bien al que lo presencia; y cuando te mira a los ojos y te dice que somos sagrados, algo profundo se agita.

-Tengo 71 años. Nací en el campo, en el estado de Jalisco (México), y vivo en la montaña. Soy viuda, tengo dos hijas y dos nietos de mis hijas, pero tengo miles con los que he podido aprender el amor sin apego. Nuestro origen es la madre tierra y el padre sol. He venido a la Fira de la Terra para recordarles lo que hay dentro de cada uno

¿Dónde vamos tras esta vida?
-¡Huy hija mía, al disfrute! La muerte no existe. Las muerte simplemente es dejar el cuerpo físico, si quieres.
¿Cómo que si quieres...?
-Te lo puedes llevar. Mi bisabuela era chichimeca, me crié con ella hasta los 14 años, era una mujer prodigiosa, una curandera, mágica, milagrosa. Aprendí mucho de ella.

Ya se la ve a usted sabia, abuela.
-El poder del cosmos, de la tierra y del gran espíritu está ahí para todos, basta tomarlo. Los curanderos valoramos y queremos mucho los cuatro elementos (fuego, agua, aire y tierra), los llamamos abuelos. La cuestión es que estaba una vez en España cuidando de un fuego, y nos pusimos a charlar.
¿Con quién?
-Con el fuego. "Yo estoy en ti", me dijo. "Ya lo sé", respondí. "Cuando decidas morir retornarás al espíritu, ¿por qué no te llevas el cuerpo?", dijo.
¿Cómo lo hago?, pregunté. -Interesante conversación.
-"Todo tu cuerpo está lleno de fuego y también de espíritu -me dijo-, ocupamos el cien por cien dentro de ti. El aire son tus maneras de pensar y ascienden si eres ligero. De agua tenemos más del 80%, que son los sentimientos y se evaporan. Y tierra somos menos del 20%, ¿qué te cuesta cargar con eso?".

¿Y para qué quieres el cuerpo?
-Pues para disfrutar, porque mantienes los cinco sentidos y ya no sufres apegos. Ahora mismo están aquí con nosotras los espíritus de mi marido y de mi hija.
Hola.
-El muertito más reciente de mi familia es mi suegro, que se fue con más de 90 años. Tres meses antes de morir decidió el día. "Si se me olvida -nos dijo-, me lo recuerdan". Llegó el día y se lo recordamos. Se bañó, se puso ropa nueva y nos dijo: "Ahora me voy a descansar". Se tumbó en la cama y murió. Eso mismo le puedo contar de mi bisabuela, de mis padres, de mis tías...

Y usted, abuela, ¿cómo quiere morir?
-Como mi maestro Martínez Paredes, un maya poderoso. Se fue a la montaña: "Al anochecer vengan a por mi cuerpo". Se le oyó cantar todo el día y cuando fueron a buscarle la tierra estaba llena de pisaditas. Así quiero yo morirme, danzando y cantando. ¿Sabe lo que hizo mi papá?
¿Qué hizo?
-Una semana antes de morir se fue a recoger sus pasos. Recorrió los lugares que amaba y a la gente que amaba y se dio el lujo de despedirse. La muerte no es muerte, es el miedo que tenemos al cambio. Mi hija me está diciendo: "Habla de mí", así que le voy a hablar de ella.

Su hija, ¿también decidió morir?
-Sí. Hay mucha juventud que no puede realizarse, y nadie quiere vivir sin sentido.
¿Qué merece la pena?
-Cuando miras a los ojos y dejas entrar al otro en ti y tú entras en el otro y te haces uno. Esa relación de amor es para siempre, ahí no hay hastío. Debemos entender que somos seres sagrados, que la tierra es nuestra madre y el sol nuestro padre. Hasta hace bien poquito los huicholes no aceptaban escrituras de propiedad de la tierra. "¿Cómo voy a ser propietario de la madre tierra?", decían.
-Aquí la tierra se explota, no se venera.
-¡La felicidad es tan sencilla!, consiste en respetar lo que somos, y somos tierra, cosmos y gran espíritu. Y cuando hablamos de la madre tierra, también hablamos de la mujer que debe ocupar su lugar de educadora.

¿Cuál es la misión de la mujer?
-Enseñar al hombre a amar. Cuando aprendan, tendrán otra manera de comportarse con la mujer y con la madre tierra. Debemos ver nuestro cuerpo como sagrado y saber que el sexo es un acto sagrado, esa es la manera de que sea dulce y nos llene de sentido. La vida llega a través de ese acto de amor. Si banalizas eso, ¿qué te queda? Devolverle
el poder sagrado a la sexualidad cambia nuestra actitud ante la vida. Cuando la mente se une al corazón todo es posible. Yo quiero decirle algo a todo el mundo...
-...
-Que pueden usar el poder del gran espíritu en el momento que quieran. Cuando entiendes quién eres, tus pensamientos se hacen realidad. Yo, cuando necesito algo, me lo pido a mí misma. Y funciona.
-Hay muchos creyentes que ruegan a Dios, y Dios no les concede.
-Porque una cosa es ser limosnero y otra, ordenarte a ti mismo, saber qué es lo que necesitas. Muchos creyentes se han vuelto dependientes, y el espíritu es totalmente libre; eso hay que asumirlo. Nos han enseñado a adorar imágenes en lugar de adorarnos a nosotros mismos y entre nosotros.
-Mientras no te empaches de ti mismo.
-Debemos sutilizar nuestra sombra, ser más ligeros, afinar las capacidades, entender. Entonces es fácil curar, tener telepatía y comunicarse con los otros, las plantas, los animales. Si decides vivir todas tus capacidades para hacer el bien, la vida es deleite.

¿Desde cuándo lo sabe?
-Momentos antes de morir mi hija me dijo: "Mamá, carga tu sagrada pipa, tienes que compartir tu sabiduría y vas a viajar mucho. No temas, yo te acompañaré". Yo vi con mucho asombro como ella se incorporaba al cosmos. Experimenté que la muerte no existe. El horizonte se amplió y las percepciones perdieron los límites, por eso ahora puedo verla y escucharla,
¿lo cree posible?
-Sí.
-Mis antepasados nos dejaron a los abuelos la custodia del conocimiento: "Llegará el día en que se volverá a compartir en círculos abiertos". Creo que ese tiempo ha llegado.

Simbolismo dos animais de poder no Xamanismo


Simbolismo dos animais de poder dentro do Xamanismo
Animais de poder - Aliados Espirituais






Um dos aspectos mais fascinantes do xamanismo é a integração do praticante com a natureza e seus seres.

Todo ser vivente possui um espírito. No xamanismo não há limites para a integração com os seres da natureza. Os animais são grandes aliados naturais do Xamã. Assim como os espíritos humanos, os dos animais vivem e podem ser conectados para nos servir. E fazem isso em troca de nosso amor, atenção e da possibilidade de compartilhar a experiência humana.

Os animais de poder são manifestações dos poderes arquetípicos de energias. Cada animal tem uma essência espiritual e características específicas, de acordo com seu próprio modo de vida e as condições para sua sobrevivência. Sua sabedoria e propriedades específicas podem ser compartilhadas para auxiliar-nos em objetivos difíceis, no aumento da intuição, na proteção e na busca do auto-conhecimento.

O trabalho com os espíritos animais é uma das ferramentas mais poderosas para o crescimento pessoal do xamã.

. Para os mais experientes neste caminho, os animais podem aparecer freqüentemente, principalmente quando necessita do auxílio deles.

É muito importante dentro do xamanismo que você se deixe regularmente se transformar no seu animal. A alegria que lhe dará de existir na forma material fará com que ele se sinta satisfeito e assim permaneça ao seu lado. Trata-se de uma espécie de troca, pois tal como o ser humano deseja sentir a realidade incomum tornando-se um Xamã, também o animal de poder deseja sentir a nossa realidade através do corpo de um ser humano vivente.



Existem rituais xamânicos com uso de tambor e maracás que permitem aos praticantes conhecer e/ou se conectar com as energias arquetípicas dos animais. Nosso animal de poder pode se mostrar também em sonhos, visões, meditações ou com auxílio de um xamâ experiente.

Uma forma de se conectar os animais de poder é utilizar um objeto físico para representar o animal e facilitar sua mentalização. Pode ser uma imagem, quadro ou escultura.

Alguns exemplos de animais de poder:
"O que é o homem sem os animais? Se os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma lição em tudo. Tudo está ligado. (...) O homem não teceu a teia da vida: ele é simplesmente um de seus fios."

Chefe Seatle, 1854





Águia

Em um mito siberiano, o Criador envia a águia para levar socorro aos homens atormentados por maus espíritos, que lhes trazem doença e morte. Mas, como os humanos não compreendem a linguagem da mensageira, o Altíssimo diz a águia que dê aos homens o dom de xamanizar. Ela desce à terra e engravida uma mulher, que dá à luz o primeiro xamã.


A águia é considerada a "rainha dos pássaros", mensageira ou a substituta do fogo celeste e da mais alta divindade urânica. Considerada a substituta do Sol tanto na mitologia asiática e norte-asiática como nas mitologias ameríndias do Norte e do Sul, em particular, entre os índios das pradarias e entre os astecas. Também no Japão, o Kami, cujo mensageiro e montaria é uma águia denominada a águia do Sol. Entre os gregos, onde as águias, tendo partido da extremidade do mundo, pararam na vertical do omphalos (umbigo) de Delfos, o eixo do mundo.


Na cosmogonia ameríndia, a águia é representação material do Grande Pássaro Trovão, pássaro sobrenatural que se dissimula nas nuvens de tempestade. Assim, a águia evoca não só o trovão, mas também o raio, cuja semelhança vemos nas flechas.

A águia significa Iluminação, a visão interior invocada para poderes xamânicos, coragem e a elevação do espírito a grandes alturas.

A Águia chega a viver até 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, ela tem de tomar uma séria e difícil decisão por volta dos 40 anos. Nessa idade, suas unhas são compridas e flexíveis, o que torna difícil caçar suas presas para se alimentar; seu bico alongado e pontiagudo já está curvo; suas asas estão apontando contra o peito envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas; mesmo voar já é uma tarefa difícil.

Só há duas alternativas para a águia:morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e recolher-se em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico contra a rocha até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas.

Somente após esses meses de recolhimento, ela sai para seu famoso vôo de renovação. E poderá viver, então, por mais 30 anos.




Lobo

Durante séculos, homens e lobos coexistiram, vendo-se uns aos outros
mais com respeito de que com medo. Cada um respeitava a organização
social e a habilidade de caça do outro. Foram parceiros na manutenção do intrincado equilíbrio da Terra. Entenderam que faziam parte da natureza
mais do que a natureza fazia parte deles.


O lobo é um animal com inteligência social e sentidos extremamente apurados. Sua habilidade de sobrevivência depende totalmente da cooperação de sua matilha. Seu comportamento segue uma hierarquia que segue uma ordem de comando. Cada lobo sabe o seu lugar e suas responsabilidades. Eles possuem um método complexo de comunicação que envolve linguagem corporal e habilidades vocais. Se você possui alguma dificuldade em se expressar, tome algum tempo estudando os lobos. Eles lhe ensinarão a melhorar suas habilidades de comunicação verbal com uma linguagem corporal apropriada. Eles lhe ajudarão a alcançar seus objetivos por meio de campanhas cooperativas. Sua mensagem é o poder para ensinar e compartilhar informações.

Cada lobo tem sua própria voz e cada um respeita a voz de seu companheiro. Quando os lobos uivam juntos, todas as barreiras de sua individualidade são rompidas, como se dissessem: "Somos únicos, mas somos um todo; então não se meta conosco".


A paciência e a esperteza do lobo vai muito além de Identificar presas fáceis. Eles observam e gravam vários traços e hábitos minúsculos da personalidade de sua presa. Não importa o tamanho do inimigo. O lobo morde e se afasta! Repete e repete....Ele procura uma vitória a longo prazo, e não um sucesso imediato. É a observação, a simplicidade de propósito, o trabalho em equipe, a curiosidade, a atenção nos detalhes e a inabalável paciência que fazem o sucesso do lobo.

Uma caçada mal sucedida somente aperfeiçoa as habilidades e reaviva o desejo. Os erros cometidos não são vistos como falhas, e tornam-se parte da base de conhecimento coletivo dos lobos. Aquilo que para os homens é fracasso, os lobos convertem em sabedoria.

Lobos tem uma técnica aprimorada de focalizar suas energias em direção às atividades que os conduzirão à consecução de seus objetivos. Eles deixam parecer serem seres letárgicos, mas ao entrar em ação, o fazem de forma pungente, objetiva e estratégica, cientes do dever à cumprir.

É a observação, a simplicidade de propósito, o trabalho em equipe, a curiosidade, a atenção nos detalhes e a inabalável paciência que fazem o sucesso do lobo. Uma das estratégias do lobo é tentar entender que posição você ocupa no mundo. Não onde gostaria de estar ou esperava estar, mas onde está. O lobo como animal de poder significa amor, relacionamentos saudáveis, fidelidade, generosidade, ensinamento, compartilhamento e habilidades sociais.

Para os lobos, a diversão não é somente um subproduto da vida, e sim uma razão para viver. A paixão do lobo pela brincadeira jamais acaba, não importa qual seja sua idade. Embora tenham amadurecido, a diversão continua tão importante em suas vidas como sempre foi.

Se um lobo entrou em sua vida, então é hora para compartilhar seus conhecimentos ensinando, escrevendo e dando palestras. O lobo sempre encontra uma maneira para aprender de algo corriqueiro e assim, nós podemos também descobrir novas verdades e compartilhá-las, ao explorarmos os caminhos escondidos de nossa consciência. Pode também estar sendo cobrado que você reexamine sua relação de dependência e independência. Por ter uma organização social muita desenvolvida, ele lhe ensina a equilibrar as necessidades de sua família e as suas próprias. Eles são muito leais e jamais abandonarão o grupo.




Os mandamentos do Lobo

Respeite os mais velhos
Ensine os jovens
Coopere com o grupo

Divirta-se quando puder
Cace quando precisar
Descanse nos intervalos

Reparta suas afeições
Manifeste seu sentimentos
Deixe sua marca

"A sabedoria dos lobos"
de Twyman L. Towery


Outros animais de poder (igualmente importantes!)

Cada um com suas habilidades que permitiram garantir sua subsistência e uma vida integrada e harmônica com a natureza, conduzindo à evolução de sua espécie ao longo de milênios. Os animais têm muito a nos ensinar. Ao se aliar a um animal, descubra quais são suas caraterísticas e faça bom uso de essa aliança. Trate-o bem, faça ele sentir a vibração de seu amor e ele nunca te abandonará te auxiliando nos momentos em que precisar dele.

Resumidamente, veja as características de alguns animais de poder.

Águia - vide acima.

Baleia - Registros da Mãe Terra, sons que equilibram o corpo emocional, origens. Através do rítmo e padrões sonoros a baleia nos ensina e escutar a nossa voz interior, a entrarmos em contato com as nossas verdades pessoais e a termos sabedoria para sentir o pulsar do universo.

Beija-flor - Mensageiro da cura, amor romântico, claridade, graça, sorte, suavidade. O beija-flor se lança no mundo espalhando graça e beleza nos ensinando a apreciar as maravilhas e magias de nossa existência diária. Um dos maiores presentes que podemos obter seguindo seus ensinamentos, é o de entender os enigmas e os mistérios que envolvem as dualidades e contradições. É só observar o comportamento desse Animal em relação as plantas e flores para percebemos como a sua presença está relacionada a reprodução.

O Beija-flor pode voar em qualquer direção: para cima, para baixo, para esquerda, para a direita e também paralisar no ar, como se estivesse observando e preparando seu próximo passo. Sua presença é pura alegria e sempre provoca reações de admiração. As pessoas que tem o Beija-flor como Animal de Poder, geralmente são pessoas agradáveis, alegres e que vivem rodeadas de amigos. Elas conseguem contagiar o ambiente com sua alegria e encontram sempre uma forma, uma maneira de fazer quem estiver ao seu redor se sentir renovado e feliz , pelo simples fato de estar vivo. Usando a astúcia, a inteligência, a graça e não só a força física, estão sempre procurando uma maneira para embarcar numa nova aventura e jornada.

Búfalo - Sabedoria ancestral, esperança, espiritualidade, preces, paz, tolerância, força proteção, abundância e unidade. Quando ele surge, é hora de agradecer. Dê algo de volta para sua comunidade. Envolva-se com sua vida. Reconheça o Grande Espírito em todas as coisas. Confie e tenha fé. Plante uma árvore, adote um animal. Liberte-se de coisas que não lhe servem mais. Desista de atitudes que não lhe servem mais ao seu novo eu.

O Búfalo nos ensina que a verdadeira prosperidade vem quando nos sentimos agradecidos pelo que possuimos e quando vivemos em harmonia e amor com todos os outros seres.

Cachorro - Lealdade, habilidade para amar incondicionalmente, estar a serviço.

Cágado - estabilidade, organização, longevidade, honra, paciência, sabedoria. Criaturas exclusivamente terrestres, representam determinação e longevidade. Aqueles que o possuem como animal de poder levam as cargas dos outros além dos próprios pesos de suas suas experiências. São ótimos terapeutas mas devem ter cuidado para não assumir o peso dos outros. Ele ainda leva a energia da paciência e perseverança. São muito sensíveis ao ambiente e possuem uma ligação psíquica forte com a mãe terra. Eles sentem as vibrações da terra e reagem fortemente à elas. Mudanças bruscas no clima podem afetar sua disposição. As pessoas deste aanimal precisam de um ambiente estável para sesentirem bem; sem esta estabilidade elas estão sujeitas a mudanças no humor.

Sua habilidade de sobrevivência é devido à sua capacidade de estar centrado. São vegetarianos e dão muita importância à um lar estável. O fato de carregarem sua casa nas costas nos lembra que a verdadeira estabilidade está dentro de nós.

Seu movimento vagaroso nos ensina a observar e processar tudo eficientemente. Isto completa sua sabedoria. Lembre-se de se mover devagar em direção aos objetivos, se ele é seu animal. Confie em sua intuição.


Castor - Construtor. O castor trabalhar em cooperação para construir a sua casa e isto nos ensina que podemos criar e satisfazer com muito mais poder quando todos envolvidos em questão podem apreciar os talentos de cada um e trabalhar junto em harmonia.

Cavalo - Poder interior, liberdade de espírito, viagem xamânica, força ,clarividência. Mas esta força não podemos fazer mal uso dela, nem desperdiça-la e nem mantê-la para nós mesmos. Quando compartilhamos o nosso poder com os outros e os ensinamos como eles devem cuidar de seus próprios poderes, a nossa jornada se torna mais rápida e mais agradável.

Chimpanzé - Viver em harmonia. Os chimpanzes estão muito próximos do homem na escala da evolução e eles podem nos ajudar a restaurar um modo simples de vida que nos dá alegria de viver. Eles podem nos dar alegria, curiosidade e soltura, como também a nossa habilidade para nos tornarmos membros mais completos na comunidade humana e natural.

Cisne - Graça. Os cisnes nos ensinam a confiar na graça de nosso ser à medida em que ela opera nos planos físicos e espiritual e nos coloca para nos deliciarmos com os dons de nossos corpos físicos e nossas mentes intuitivas.

Cobra - Transmutação, cura, regeneração, sabedoria, psiquismo, sensualidade. Como as cobras deixam para trás a sua pele, nós podemos deixar para trás as nossas ilusões e limitações para usarmos plenamente a nossa vitalidade e desejos para alcaçar a totalidade.

Coelho - Medo Quanto mais focamos em nossos medos, mais os atraimos. O coelho nos ensina a atrair abundância, amor, saúde, e uma toca aonchegante, seca e segura.

Coiote - Malícia, artifício, criança interior, adaptabilidade, confiança, humor. O coiote é o trapaceiro. Quando estamos levando a nossa vida muito seriamente, o coiote nos ensina a rir de nós mesmos. Ele é também o reforçador karmico, nos lembrando que o que fizermos aos outros, será feito à nós.

Coruja: Habilidades ocultas, ver na escuridão, a vigília, a sombra, sabedoria antiga, clarividência. A coruja possui a habilidade de ver coisas que as vezes nos escapam. O dom deste remédio é não nos enganarmos com as aparências externas e descobrir a verdade por trás delas. Alguns nativos americanos se referem à coruja como a águia da noite.

Se você tem a coruja como o animal de poder, sua menssagem é prestar atençao em seus sonhos e sentimentos. Questionar os seus medos e agir com intuição. Focalize em suas intenções e mova-se em direção as seus objetivos.Evoque a coruja para ajudá-lo com o discernimento e conhecimento. Não tenha medo do escuro e do desconhecido. Explore seu mundo interior com confiança. Trabalhe para desenvolver clarividência. Faça uso de rituais e de influências da Lua para gerar poder e promover mudanças positivas.

Corvo - Curiosidade, inteligência, observação, visão e comunicação. O corvo é um mestre em mudanças e movimento. Ele é destemido e o guardião de coisas ocultas e sagradas. Ele é o interprete do desconhecido. Quando ele entra em sua vida, é hora de prestar atenção nos sinais, símbolos, profecias e sonhos. Faça as pazes com sua sombra.

Elefante: Longevidade, inteligência, memória ancestral, proteção, auto-suficiencia e comprometimento. O elefante nos ensina a força da gentileza, do comprometimento e da comunicação nos relacionamentos.. Eles são completamente envolvidos com todos com quem ele possuem qualquer tipo de relacionamento. Eles são poderosos ao proteger e gentís ao cuidar.

Esquilo - Preparação, planejamento, adaptabilidade Squirrel's Messagee conservação. O esquilo nos ensina a planejar e nos prepararmos para o futuro. Não use todas as suas reservas. Devemos sempre guardar alguma coisa para nos servir em tempos ruins. Prepare-se também para as mudanças periódicas. Entretanto, se você estiver acumulando coisas, livre-se delas. Faça um inventário. Procure saber onde você está gastando. Pode ser uma boa hora para se afastar um pouco de todos.

O esquilo não só nos ajuda a nos livrarmos de objetos físicos desnecessários como também de crenças negativas que minam nossa confiança no amor e abundância.

Falcão - Precisão, memória remota, coragem sabedoria, iluminação, preces ao Universo, mensageiro, olhar em volta, observar a distância e atenção ao detalhe. O falcão nos ensina a sermos observadores e a prestarmos atenção em coisas que estão passando desapercebidas. Os falcões podem avistar uma presa do tamanho de um coelho à 3 kms de distância. Este pode ser um talento que não usamos, uma benção pela qual não expressamos gratidão, ou uma mensagem dos espíritos.babseal.

Foca - A voz interior, e ainda, sonhos lúcidos, mover-se através das emoções, criatividade. A foca nos lembra de nossa conexão com os nossos rítmos, sentimentos e conhecimentos mais profundos representados pelo mar. Quando sentimos medo de nos afundarmos nestas profundezas, a foca nos lembrar com nadar. Elas tendem a ser desajeitadas quando não estão em seu habitat natural.

Gambá - Auto-respeito. Quando nós nos aceitamos completamente e aprendemos a expressar a nossa essência, sem ego, nós atrimos aqueles que compartilham nosso caminho e repelimos aqueles que não.

Ganso - Círculo Sagrado, vigilância e proteção. A migração do Ganso Canadense marca a passagem do Grande Círculo do Ano e nos lembra da sacralidade dos ciclos da vida. Também podemos aprender muito do comportamento cooperativo e comunitário desses pássaros que nunca abandonam um membro do grupo doente ou ferido e que sabem quando liderar e quando procurar alguem para tal.São conhecidos por seu destemor para defender a sua casa.

Gato - Entendimento sobre mistérios, sensualidade, limpeza, visões místicas, independência, completude. O gato é um animal que combina um alto grau de sensualidade com uma natureza profundamente psíquica e espiritual. Ele nos lembra que os mundos espirituais e físicos não são separados, mas um só. Observe quando o seu gato não chega perto de alguém. Talves é para você também não querer esta pessoa por perto.

Girafa - Visão focada. O mais alto dos animais com seu peso bem distribuido e somente fica vulnerável quando curva o seu pescoço para beber água. Ela nos ensina a ver a vida de forma focada e ao mesmo tempo expansiva e que em nosso desejo de expandir a nossa espiritualidade devemos sempre nos lembrar que nós somos criaturas físicas.

Golfinho - Pureza, iluminação do ser, sabedoria, paz, amor, harmonia, comunicação, sopro da vida, além da habilidade de se movimentar com desenvoltura por ambientes pouco amigáveis. Eles nos ensinam que ao sintonizarmos com os rítmos e padrões da natureza podemos aprender a verdadeira comunicação com o Todo Poderoso e a compartilhar esta sabedoria com os outros.

Gorila - enorme forca, coragem. Impoe respeito, seu grito é como um rugido de um tigre, pode ser ouvido à grande distância. Apesar de herbívoro, nao se pode olhar um gorila diretamente nos olhos, pois isso significa um desafio ao seu domínio. Quem o vê sente um misto de medo e respeito. No entanto, o gorila é um animal pacífico que nao é capaz de agredir a nao ser que seja para se defender. Esse gigante das florestas, se irritado, pode facilmente dobrar uma barra de ferro. Dedicados pais, sao animais ideais para aqueles que zelam por seus filhos e lar. Também sao hábeis na comunicacao. Calmo e amável, gorila é o animal para ajudar na protecao e uniao familiar. Sua enorme forca física e coragem pode ser mobilizada para enfrentar desafios difíceis.

Hipopótamo - Profundezas Emocionais. É um animal sagrado para a tradição egípcia e Africana e é o segundo mamífero em tamanho. Ele nos guia a nos firmarmos na realidade para podermos encarar e dissolver questões emocionais ( o poder da água).

Lagarto - Devaneio. Em nossos sonhos imaginamos futuros diferentes e escolhemos qual iremos materializar. O lagarto nos ensina a importância de respeitar e a lembrar de nossos sonhos.

Leão: Poder, força, majestade, prosperidade, nobreza, liderança, coragem, segurança e o princípio masculino. Como símbolo astrológico ele reina o coração. A coragem vem do coração e de um sentido profundo de autoridade pessoal que cria o poder para agirmos de acordo com o nosso espírito. Aquele que age verdadeiramente de acordo com seu coração é capaz de liderança, conquistas e o tipo de sucesso que encoraja as conquistas do outros. Ele é considerado o rei dos animais por não ter um predador natural e vive no topo da cadeia alimentar.

Leão da Montanha - Liderança. Ser verdadeiro consigo mesmo não permitindo nem o medo da responsabilidade e o ciumes e inseguranças de outros interfira em seu caminho. Esta é a marca de um verdadeiro lider.

Lince: Segredos, conhecimento oculto, tradição, ouvir para o crescimento. Poder, rapidez, equilíbrio, planejamento, paciência e astúcia. Respeite as frontreiras dos outros. Não desperdice energia. Pense antes de agir. Fique ligado(a). Focalize nos objetivos. Atreva-se a ser diferente. Compartilhe com os outros mas não permita que eles sejam muito dependentes de você. Pratique o andar do lince. Aprenda a se relaxar completamente e espreguiçar sempre que possível. Estude sempre o seu ambiente, use todos os seus sentidos. e confie neles. Seja firme mas flexível.

Leopardo (Chita) Velocidade e foco. Diferente dos outros felinos que espreitam a caça e depois pulam sobre suas presas para matar, o leopardo, a msis rápido animal de quatro patas, corre para pegar a sua presa. Esta é uma lição para conseguirmos o nosso objetivo com grande velocidade, sem perdermos o foco. Quando nos sentimos paralizados, o leopardo pode nos dar o impulso para começarmos a nos movimentar. Se estamos já correndo numa grande velocidade mas sem direção, a energia do leopardo nos ajuda a mantermos os nossos olhos em nossos objetivos e a encontrarmos qual a melhor direção para conseguí-los.Snowleopard - Message

Leopardo da Neve - Graça, foco, silêncio, força, poder, agilidade e independência. Sua mensagem é a força do silêncio compenetrado. Ele nos ensina a sermos silenciosos, alerta e prontos para quando uma oportunidade se apresentar. Se você o tem como animal de poder, use da força do silêncio em sua vantagem. Não fale muito sobre seus objetivos futuros até que os tenha conquistado. Eles sabem como usar cada quantum de energia de sua corpo. Você possui energia mais do que suficiente para realizar efetivamente seus objetivos e normalmente responde bem em situações de pressão. Entretanto, tente não sobrecarregar-se em compromissos. Busque seus objetivos com todas as suas forças mas também tenha tempo para descansar e se divertir.

Libélula - Ilusão. Quando nos enganamos, acreditando que limitações físicas nos impedem de mudar e crescer, a Libélula nos ensina a atravessarmos estas ilusões.

Lobo - vide acima.

Lontra - A Curandeira. A lontra é receptiva, alegre e livre de ciúmes. Ela nos ensina a habilidade de nos sentirmos em casa em ambos os mundos. Na mitologia, a lontra era reverenciada por sua habilidade de se mover sem esforço dentro e fora d'água. Assim que homens e mulheres começam a expressar suas qualidades mais nobres que vem da lontra, o mundo pode se tornar um lugar agradável e alegre onde todos se divertirão sem medo de perdas ou danos. Ela também adora a vida e tudo que faz é aproveitar, brincando, flutuando sobre suas costas, comendo caranguejos enquanto equilibra uma pedra em sua barriga e fazendo bebezinhos.

Morcego - renascimento, iniciação, reencarnação, habilidades mágicas, transformação e renovação. Os morcegos possuem uma história longa associada à morte e renascimento por sua natureza noturna e sua habilidade de ver no escuro O iniciados do Xamã passam por um ritual de morte onde eles encaram seus medos e renscem sem suas velhas identidades. O remédio do morcego nos ensina a liber os nossos medos e qualquer outro padrão que não se encaixa mais em nosso crescimento.

Onça - Espreita, proteção do espaço, silêncio, observação, precisão.

Pavão - Este pássaro é honrado em todo o mundo por sua beleza. Também está assiciado com ressurreição. Para nós, ele pode nos ajudar a nos livrarmos das penas velhas do passado e e exigir a nossa verdadeira beleza de nossa naturezas individuais. Isto reforça a nossa confiança e auto-estima.

Pombo - Paz. A paz simbolizada pela pomba é da mais profunda. Ela acalma as nossas preocupações e pensamentos inquietantes e nos permite encontrar renovação no silêncio da mente.

Puma: Ao observar os movimentos graciosos do Puma, você aprenderá a equilibrar suas metas, seus poderes, sua força e sua elegância. Isto corresponde na dimensão humana o perfeito equilíbrio entre o corpo, a mente e o espírito.

Rato - Capacidade de explorar detalhadamente. O rato nos faz prestar atenção a cada detalhe que poderiamos estar perdendo em nossa louca mania de querer ver amplamente, e também nos lembra para não desconsiderar o óbvio.

Salamandra - Transformação. Este animal nos ajudar a conectar com os mistérios da terra e nos sentirmos firmes no momento presente. Algumas salamandras são terrestres e outras aquáticas. Também estão ligadas ao elemento fogo.

Sapo - Evolução, limpeza, transformação, cura, mistério, humor, emoções. A água limpa a terra árida e devolve a vida; como o sapo limpar as nossas energias física e mental que nos privam de harmonia e paz, e ajuda a reabastecer nossa própria habilidade de nos curarmos em todos os níveis.

Tartaruga - ver cágado

Texugo - Agressivo, corajoso, pé no chão, perseverante confiável. Apesar de ser um animal noturno, ele é ativo dia e noite. Vive em tocas e por isso possui um excelente conhecimento das raízes sendo considerado o Guardião das Raízes. le éu um excelente antídoto para a passividade e a vitimização.

Tigre - O tigre é um caçador solitário e silencioso e simboliza a remoção de todas as distrações da mente e o foco no momento presente. Assim o tigre é capaz de reunir todas as suas habilidades para obter sucesso. São independentes e confiantes. Com grande força muscular, eles são capazes de correr grandes distâncias em persseguição de uma presa. Ele nos ensina foco, paciência e surpresa.

O tigre possue excelentes qualidades curativas e pode ver seis vezes mais do que os humanos no escuro. Quando o tigre aparece, prepare-se para desafios, aventuras e mudanças. O poder, a paixão e vitalidade do tigre ativarão os mesmos componentes em você.

Urso - introspecção, intuição, cura, consciência, ensinamentos, curiosidade, estamina, renovação. O urso representa o lado Oeste da Roda Medicinal que é o lugar da intuição, transformação, introspecção, jornada xamânica, sonhos e visões. Ele nos ensina a ir para dentro para solucionar questões e promover curas. Vá sempre à sua Caverna de Inverno (mente subconsciente) para renovação e recursos necessários para sua sobrevivência e cura.

O urso nos ensina também a digerir nossas experiências internas e a descobrir que lá se encontra as respostas para nossas perguntas.

Veado - Gentileza, comuflagem, graça e atenção. Sua mensagem é o amor incondicional. Este animal lhe diz para usar menos força e não confrontar seu inimigo agora. É hora para compaixão e perdão. Aprenda a confiar. Tente algo novo, Não tenha vergonha de chorar. Passe mais tempo ao ar livre. Somente o amor pode dissolver as barreiras que nos previnem de nossa total realização.

Zebra - Individualidade. As listas da zebra servem como camuflagem contra predadores que são incapazes de pegar um indivíduo de uma manada. Ela nos ensina a mantermos nossa individualidade dentro de um grupo.